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Aikido

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Kaiso - Morihei Ueshiba

As Técnicas de Aikido são circulares

Os Movimentos esféricos são o centro das técnicas de Aikido. Os movimentos oriundos das técnicas são percebidos através de toda a estrutura do corpo (cabeça, troncos e membros) e completados pelo espírito da esfericidade. Um círculo é completamente vazio e é do vazio total que nasce o Espírito. No vazio absoluto está a liberdade completa. O Ki nasce quando o centro desenvolve-se dentro do vazio absoluto. É a Alma (Tamashi) que, a partir do centro do vazio total, dá origem ao Ki e a vida em todo o universo infinito. A Alma indestrutível é a criadora e a fonte de tudo. Os elementos básicos que dão origem às técnicas (Waza) ocorrem quando o círculo é controlado pela Alma vivificadora de todo o organismo. Uma situação onde tudo é abundante é a verdadeira manifestação do círculo. O círculo cria, sustém e protege todas as coisas, animadas ou inanimadas, através dos processos denominados Criação de Ki (Ki-Ubi) e Criação de Vida (Sei-Ubi). As reações de causa e efeito que presenciamos no mundo são, igualmente, parte do movimento esférico do círculo. Do mesmo modo, o Aikido, em seu aspecto marcial, é esférico também.

 

A Origem do Ki Repousa na Esfera da Alma

É a esfera da Alma (Tamashi), que utiliza o Ki para harmonizar com as coisas e possibilitar o florescer da vida. Todo o Ki do universo pode ser incluído dentro da esfera da Alma. E como o Ki pode ser controlado, ele encerra uma variedade infinita de técnicas (Waza), que estão prontas para serem utilizadas a qualquer momento. Isto é a Alma esférica do Aiki em ação. Nenhum progresso em direção ao desempenho, desenvolvimento, ou harmonia espirituais será possível sem essa esfera da Alma. Sem ela, interrompe-se o fluir da ação do corpo. O vazio completo da Alma esférica se origina em sua unidade com o universo.

 

Quando a Esfera da Alma é Compreendida

O ponto central na compreensão dessa esfera da Alma, está em encerrar a relatividade dos movimentos de causa e efeito dentro do círculo. Portanto, dessa forma, todas as coisas são absorvidas, exatamente como algo que preso firmemente na palma da mão, fica nele aderido. Isto é a essência do aspecto do Aikido. Em cada um de nós existe uma alma. Produzir Ki e Vida fazendo nascer o Aiki da esfera que envolve todas as coisas. A esfera é capaz de espontaneamente dissolver tudo. O segredo da esfera consiste em estabelecer um centro dentro do Vazio absoluto, a partir do qual as técnicas são criadas.

Shihan Makoto Nishida, 7º Dan.

Aprender com o Espírito

Existem vários estilos no Aikido. Nos dojos e em demonstrações, podemos ver que cada praticante possui um estilo diferente: movimentos lentos, movimentos rápidos, movimentos vigorosos, movimentos que parecem uma dança e muitos outros.


Mas, por quê? Isto porque o Aikido é uma arte de grande amplitude. O objetivo do Aikido não é impressionar os outros com a força física, mas sim expressar os movimentos do espírito através do corpo. Além do que os movimentos do Aikido são relativos ao parceiro, ficando mais lento se o parceiro for lento ou mais rápido se o parceiro for mais rápido, e mais, os movimentos dependem das características físicas e dos pensamentos de cada um. O fundador Morihei Ueshiba pregava severamente sobre a importância do espírito, mas parece que ele não enquadrava detalhadamente os movimentos.

 

Entre as palavras do fundador existe uma que diz: "No Aikido não existem formas. Não existindo formas, é tudo um aprendizado do espírito. Não se pode apegar às formas. Isto porque impossibilita a execução de movimentos delicados. A partir do corpo, tudo o que possui uma forma é chamado de "HAKU". O espírito de tudo o que existe é chamado de "KON", e nosso objetivo é aprender o aperfeiçoamento do "KON". Hoje tudo é centralizado no "HAKU", mas "KON" e "HAKU" sempre devem estar juntos. O "KON" é que deve controlar o "HAKU" ". Isto nos mostra que o ideal do Aikido é de que o espírito é o principal, devendo o corpo se movimentar de acordo com o movimento do espírito. Assim, todo o movimento oriundo do espírito do "Aiki" seria Aikido. O problema é que sem uma forma determinada, é impossível aprender. Sendo assim, foram criadas técnicas básicas (KIHON), por exemplo: dai-itikyo, dai-nikyo, shiho-nague, etc para que se possa treinar metodicamente.


A partir do KIHON, devemos aprender os movimentos esféricos e por meio deste, sentir o Ki, para atingirmos a essência do Aiki. Este é o caminho indicado pelo fundador.


Vendo as demonstrações dos alto-graduados, apesar dos estilos diferentes, sempre existem movimentos circulares, o que nos impressiona. Os movimentos circulares são a manifestação do espírito do Aiki, sendo isto o princípio do Aikido.


Existem vários dojos de Aikido, mas o importante é que o instrutor consiga ensinar os movimentos circulares através dos treinos básicos. O mais importante é aprender os movimentos circulares através do treino persistente do KIHON. O fundador disse "Eu sou o que sou hoje, pelos 60 anos que treinei o KIHON". São palavras que advertem os que, sem saber o KIHON, tentar apenas imitar superficialmente as técnicas. 

Shihan Makoto Nishida, 7º Dan.

Lembrança do Doshu Kisshomaru Ueshiba

O segundo Doshu do Aikido, Kisshomaru Ueshiba Sensei, faleceu no dia 4 de janeiro de 1999, aos 77 anos. Nascido como filho primogênito do fundador do Aikido, Morihei Ueshiba Sensei, treinou o Aikido desde sua juventude, tornando-se chefe do dojo central em Tóquio após o fim da segunda grande guerra, onde mergulhou em um profundo estudo para o desenvolvimento do caminho. Após a morte do Kaiso, em 1969, assumiu o cargo de segundo Doshu, dedicando toda a sua vida para difundir o Aikido. Hoje, mais de 1,5 milhão de pessoas treinam o Aikido em todo o mundo. Percebe-se uma rápida expansão, mas isto é fruto dos esforços do Kisshomaru Ueshiba Sensei para desenvolver e reunir uma grande quantidade de mestres e instrutores com o intuito de desenvolver o Aikido. 
A primeira vez que encontrei pessoalmente com o Kisshomaru Sensei foi em 1978. Neste ano, após 10 anos de imigração ao Brasil, havia voltado ao Japão junto com minha família por 6 meses, de abril a outubro. Era o meu segundo ano como shodan.
Em junho, entrei como utideshi no Kobayashi Dojo em Tóquio e fui levado por Kobayashi Sensei a conhecer o Doshu no Hombu Dojo. O Doshu estava com uma visita marcada ao Brasil justamente nesse ano e acolheu-me de forma gentil, contando-me diversas coisas como a situação da Aikikai naquela época e lembranças do Kaiso. No final, com uma fisionomia mais severa, perguntou-me se havia treinado. Como havia participado do treino matinal naquele dia, respondi imediatamente que sim. Logo após, sua fisionomia se tornou suave e sorridente. Ele me ensinou através de sua fisionomia que a coisa mais importante é treinar. Naquela ocasião, treinei com Moriteru Ueshiba Sensei, na época ainda com seus vinte e poucos anos, e também com Yokota Sensei e Miyamoto Sensei, atuais shihans do departamento de instrução. Lembro-me como se fosse ontem quando quase desmaiei, tamanho o cansaço nos treinos.
Após isso encontrei-o em 86, 89, 92 e 96, quando fui ao Hombu Dojo, sempre participando dos treinos matinais e recebendo seus ensinamentos. Todas as vezes, a primeira coisa que me perguntava era "Você já treinou?". Em 89, fui convidado à sua residência e, durante o almoço, após me dizer que eu deveria trabalhar ainda mais para o desenvolvimento correto do Aikido, presenteou-me com uma estatueta de bronze do Kaiso. Já em 90, quando da sua visita ao Brasil, fui convidado a participar do café da manhã, e quando disse que poderia desistir do Aikido por alguns problemas que tinha na época, disse-me inclinando-se sobre a mesa "Não desista de um caminho que você tenha se decidido a trilhar. Nunca mais diga que irá desistir do Aikido." e após isso, tomou ações que possibilitaram a minha continuidade no Aikido. Era uma pessoa bastante reclusa e de poucas palavras mas era uma pessoa que realmente se preocupava com todos nós. Quando o encontrei em 96, durante o congresso da Federação Internacional de Aikido, já estava doente, bastante fraco, e agora acabou partindo. Penso que tenha partido despreocupado pois seu filho, Moriteru Sensei, se tornou um excelente sucessor. Não pude participar de seu funeral mas desejo que o espírito do Doshu esteja sempre em paz na eternidade. 
Não me esqueço de seu rosto sorridente que olhava a mala com meu kimono.
"Você já treinou?"

Shihan Makoto Nishida, 7º Dan.

Movimento Circular

O criador do Aikido, Morihei Ueshiba, deixou muitas frases escritas. Usou em todas elas expressões abstratas, complexas, fazendo referências a Deus. As frases são difíceis de entender mas sempre enfatizam a circunferência, o centro (abdômen) e o Universo. Escrevi aqui o que entendi, a meu modo, sobre essas referências. Na cultura japonesa a dito que o ser humano pensa em dois lugares diferentes. Um é o que todos conhecemos: o cérebro. O outro e o Tanden que dizem situar-se no baricentro do corpo, a cinco centímetros abaixo do umbigo. Para o japones o sentimento e a mente localizam-se mais no abdômen do que no coração ou na cabeça. Por isso existem muitas expressões como, por exemplo, por a barriga em pé (significa ficar com raiva), ler a barriga (adivinhar a intenção, plano), pessoa de barriga preta (pessoa mal-intencionada), pessoa de barriga grande (generoso), assentar a barriga (decidir, criar coragem), pessoa de barriga pequena (mesquinho, medroso), usadas para definir personalidade, comportamento e ação.


O cérebro é o computador de grande capacidade onde está gravado o instinto de sobrevivência, que analisa rapidamente as informações transmitidas pelos cinco sentidos: a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato e decide pela ação conveniente para a sobrevivência. Produz uma infinidade de coisas e desenvolve a civilização. Mas, o seu trabalho é extremamente egoísta e torna-se a origem de conflitos com os outros por estar limitado apenas ao que os cinco sentidos podem captar. Por outro lado o Tanden a um terminal virtual, sem existência material, ligado a um super computador que controla o universo, a grande natureza. Isto é, nóss estamos ligados através do abdômem, que é um terminal, a uma inteligência superior do universo, de nível incomensuravelmente elevado, capaz de resolver, instantaneamente, qualquer problema e esta inteligência superior liberta para a amplidão do universo a nossa mente que se debate dentro da jaula chamada instinto de sobrevivência. Muitas vezes, quando estamos com a cabeça cheia de problemas da família e do trabalho, ao vermos o rosto inocente de uma criança ou olhar para céu azul, temos a sensação de que a mente é lavada, fazendo-nos deixar de lado as questões que nos preocupava e, justamente por isso, termos lampejos para solucioná-?las. Isto acontece porque quando nos deparamos com algo puro e belo, a nossa consciência se separa da mente a se conecta ao Tanden, resolvendo o problema através da inteligência superior da natureza. Como seria maravilhoso se pudessemos utilizar, livremente, essa superior inteligência da natureza. Sim, chamam-se pessoas iluminadas aquelas que conseguem utilizar a vontade a superior inteligência da natureza. Morihei Ueshiba é uma dessas pessoas. Por recorrermos o tempo todo, exclusivamente, a massa cefálica e persistirmos numa vida material a egoísta, nós, pessoas comuns, perdemos a capacidade de usar livremente o cérebro abdominal. E foi o Aikido que objetivou a ressurreição do use do Tanden via caminho marcial. 


O movimento básico do Aikido e a rotação. Para efetuar a rotação é preciso um centro. Toda materia possui um centro. Toda matéria possui um baricentro. Quando a matéria gira, o baricentro é o centro. O baricentro do nosso corpo é o Tanden. Portanto, no nosso treino habitual, ao tentarmos fazer corretamente a rotação porcuramos o baricentro e, naturalmente, ligamos a consciência ao Tanden. Então, a consciência se desliga da massa cefálica e passa a não se incomodar com a parte que está presa pelo oponente e a ele é transmitida a totalidade da energia da rotação. Esta energia pe obtida através do Tanden e atua diretamente no Tanden do oponente, sem estimular a massa cefálica dele. Por isso, liga também a consciência do oponente ao Tanden e ele cai, agradavelmente, com naturalidde, sem possibilidade de se machucar. Vale dizer que os dois oponentes, através do Tanden, ligam-se ao computador chamado natureza e tornam-se um só. Por esta razão diz-se que o Aikido é o budô da harmonia. Evidentemente, harmonizar por completo é muito difícil. Porém, treinando o Aikido, a ligação da consciência com o Tanden é efetuada e com isso todos devem estar sentindo alguma forma de harmonia com a natureza. E essa sensação agradável tanto para o corpo como para a mente faz tantas pessoas buscarem o Aikido. 


A nossa meta, a de aikidoistas, está num lugar extremamente alto e distante. O Aikido não é uma simples defesa pessoal ou esporte. Portanto, esforcemo-nos

Entrevista com Isoyama sensei, 8º Dan.


*HIROSHI ISOYAMA (1937 - ): Nascido em 1937, começou a treinar aikido em 1949, no dojo de Iwama, sob a supervisão direta do O-sensei Morihei Ueshiba.Conhecido pela sua técnica poderosa, foi um dos mestres do aikidoista e ator de cinema Steven Seagal, 7º Dan. Além de Shihan do Hombu dojo, é diretor da Federação Japonesa de Aikido e diretor técnico da Federação Internacional de Aikido; e divide seu tempo entre aulas em seu dojo na província de Ibaragi e seminários em diversos países do mundo. Atualmente é o responsável pelo Dojo de Iwama.


FN: O que o fez procurar o Aikido?
ISOYAMA: Em 1949, quando me matriculei, o Japão - recentemente derrotado na Guerra - estava muito conturbado. Minha família tinha uma pousada e eram freqüentes os clientes brigões, o que me fez pensar em aprender alguma arte marcial, pois, corríamos perigo. Entrei, então, na academia de Aikido que havia em Iwama.

FN: Como eram os métodos de ensino do Grão-Mestre naquela época?
ISOYAMA: O Grão-Mestre não servia de ukê para os alunos, mas ensinava todos os alunos, um por um. Por exemplo, repetia o shomen-uti dai-itikyô com todos os alunos e aprendemos observando essas repetições, pois, não havia explicações detalhadas. No início, não havia tatamis e treinamos em assoalho. Doer, doía sim (mas não doía por dentro). 

FN: Como foi a primeira vez que ensinou aos norte-americanos? 
ISOYAMA: De qualquer modo sofri muito porque eram todos bem mais altos que eu. Especialmente, o koshinague não funcionava. Foi daí que passei a entrar com o ombro ao invés de quadril e daí nasceu aquela técnica, que exibo em demonstração a de arremessar acima dos ombros. Havia, na época, um americano que conhecia boxe e luta livre e que atacava de todas as formas, de modo que as aulas pareciam um combate real. Um dia levei-os para a Academia de Iwama e, quando me viram ser arremessado tão facilmente pelo Grão-Mestre, não levaram a sério que o professor capaz de derrubá-los sempre nas aulas fosse tratado dessa forma por um velho tão miudinho. Pediram então, que os enfrentasse e ficaram atônitos ao serem instantaneamente dominados pelo Velho Mestre. Ainda hoje mantenho contato com esses americanos. É maravilhoso o laço duradouro que se cria através do Aikido. 

FN: Qual é a sua postura como professor de Aikido? 
ISOYAMA: Todo praticante de Aikido possui um objetivo e é natural que cada um tenha uma atitude própria nos treinos de acordo com as suas expectativas como a defesa pessoal, a estética, a saúde ou a soma de tudo isso. Porém, no Aikido prevalece o budô. Tanto a defesa pessoal como a estética devem ser de cunho marcial e, se afastarem do budô, acho que estará se distanciando do espírito do Aikido. Portanto, o professor não deve esquecer-se de que é budoka (praticante de arte marcial). Acho que o professor de Aikido deve assimilar o Aikido como arte marcial para depois ensinar os alunos de diversas maneiras, visando os diferentes objetivos. Não é correto passar ao aluno a idéia limitada de que Aikido é apenas aquilo que o professor sabe fazer. O modo de pensar do Kaisso mudou, naturalmente, no decorrer dos anos, da época em que começou a ensinar até a sua velhice e, evidentemente, os seus movimentos, também mudaram. Não há ninguém que tivesse sido aluno do Grão-Mestre, do início ao fim. O Aikido dos alunos do Grão-Mestre difere conforme a época em que estudaram, o do tempo em que o desejo mais forte dele era de divulgar o Aikido difere de quando, superada a primeira fase, dava ênfase à harmonia e, por último, quando o ki era o elemento mais importante. Não há bom nem ruim nestas diferenças. Outra coisa que interfere seria a idade do praticante. Os jovens podem praticar um Aikido forte adequado ao seu vigor e os mais velhos, um Aikido explorando mais o lá, embora sejam as mesmas técnicas. É por isso que o Aikido - que nasceu do mesmo Kaisso - apresenta-se em formas tão variadas. O professor deve compreender bem este aspecto para corresponder às mais diferentes expectativas dos alunos. 

FN: O senhor acha que as técnicas de manejo de armas é importante no Aikido? 
ISOYAMA: Acho muito importante. Imagino que para o Grão-Mestre o manejo de armas foi um componente importante para o Aikido como arte marcial. Sendo uma arte marcial, as técnicas de manejo de armas é ideal para adquirir os primordiais fundamentos como a noção de posicionamento diante do oponente, de kamae intransponível, o domínio do centro e assim por diante. Entretanto, se o manejo de armas for apenas técnicas para matar ou ferir, não passará de um simples meio de violência. É preciso entender bem para que serve o treino de manejo de armas e exercitar com seriedade como parte do aprendizado do aiki. O Grão-Mestre repreendia, dizendo que pessoas que nem sabem fazer o suburi estavam praticando uma coisa que parecia kumidati. 

FN: Dizem que, na velhice, o Grão-Mestre mostrava uma face espiritualista, como, por exemplo, dizendo, ao repreender um aluno, que era Deus que o fazia e não ele. O que o senhor pensa sobre isso? 
ISOYAMA: Ouço muito isso. Penso que ele queria dizer que não era pessoalmente o Ueshiba que repreendia o aluno por sentimentos particulares e, sim Deus, para educá-lo, para dar um sentido superior. Não acredito que ele podia ser possuído por um espírito superior. Talvez, algumas pessoas tinham-lhe atribuído tal poder. O que é admirável nele na questão religiosa é que, mesmo sendo um fervoroso seguidor da seita Omoto, nunca disse a nós alunos que nos convertêssemos à esta seita, tamanha era a sua grandeza. Consideram que o Grão-Mestre foi atraído pela Omoto em busca do verdadeiro espírito do budô, mas imagino que havia um motivo mais profundo. O Aikido como parte da cultura tradicional japonesa, é uma arte marcial que vale a pena ser transmitida para a posteridade. 0 valor do Aikido está na espiritualidade e, por isso, os treinos não devem ser apenas técnicos. É importante conduzir o treino, equilibrando os aspectos técnicos e espirituais.

FN: O senhor que participou, ativamente, na organização da Federação Internacional de Aikido, o que pensa quanto à importância desta entidade? 
ISOYAMA: No Japão há muitos professores assim como instalações apropriadas, mas em países carentes de mestres e academias, há muita gente querendo praticar Aikido, também. Para que essas pessoas possam praticá-lo sem gastar muito dinheiro, é importante criar uma sólida organização internacional para dar suporte a essa gente. É necessário, ainda, tomar mais efetiva a organização como um local de atividades para a correta compreensão do Aikido. De nada adianta apenas aumentar a população de aikidocas, se o espírito desta arte for dissipando, deixando de ser aquilo que Kaisso idealizou. Por outro lado, com o crescimento do Aikido, surge o relacionamento com outras organizações esportivas. A mais importante delas é a "World Games", da qual participam diversas modalidades, mas como o Aikido pela sua própria natureza não pode associar-se a ela diretamente, isso é feito por intermédio da Federação Internacional. Em intercâmbio somente no âmbito do Aikido bastaria a Sede do Japão, não necessitando de outros órgãos, mas ao considerarmos as relações mais amplas, é preciso mantermos uma representação internacional. Por estas razões, devemos consolidar a FIA não como uma entidade que restrinja as ações individuais e, sim, que as concilie.

FN: Estamos na era do Terceiro Doshu. O que o senhor tem a dizer sobre o regime de IEMOTO (raiz familiar)? 
ISOYAMA: No Japão existe o chamado regime de iemoto para proteger o centro e para desenvolver corretamente o caminho (dó). O regime de iemoto é, geralmente, eterno. É o caso de sadô (a arte do chá) e de kabulci (um gênero de teatro japonês) que mantêm a ordem por meio do iemoto. No Aikido, que é arte marcial espiritual, também, é a mesma coisa. O sucessor do caminho da arte dever ter grande capacidade, ter pensamentos puros e inabaláveis, saber ensinar e ter sempre discernimento de quem está no topo. Se não for criado num ambiente que propicie esses atributos desde pequeno, não servirá para ser um doshu Acho que o regime de iemoto é ótimo para se criar um sucessor. Eu recebi os ensinamentos do Kaisso. É meu dever assegurar que o Terceiro Doshu cumpra a sua missão sem estorvos e com isso expressar a minha gratidão ao Kaisso. O Primeiro Doshu criou o Aikido. O Segundo, o Mestre Kisshomaru, divulgou-o ao mundo. De agora em diante, é tarefa do Terceiro manter unido o Aikido que agora se propaga sem parar, mesmo sem que se mova uma só palha. 

FN: Parece ter havido mudança nas técnicas na Era do Mestre Kisshomaru. Por que?
ISOYAMA: Não podemos generalizar esta afirmação. Até mesmo o Grão-Mestre mudou de sua juventude para a velhice. O Mestre Kisshomaru, também, era vigoroso quando era jovem. Após ter adoecido é que passou a movimentar-se sem forçar as situações. Hoje, eu mesmo sou muito diferente de quando era moço. Os companheiros que treinaram comigo na mocidade dizem que me tomei bem carinhoso. Portanto, não se pode dizer isso ou aquilo porque mudou a Era e, na verdade, o Aikido ficou mais amplo. Nas demonstrações vemos Aikido de todo tipo. Isso se deve às formas de encará-lo, como arte marcial, corno meio de preservar a saúde corno recurso estético, como mero movimento físico e varia de acordo com essas premissas. Na minha academia, evidentemente, praticamos o Aikido conforme os meus pensamentos. Oriento, visando um Aikido que seja aplicável na vida cotidiana. Perde sentido treinar se não praticarmos o espírito de harmonia do Aikido

FN: Para finalizar o que é Aikido para o senhor? 
ISOYAMA: A melhor coisa que aconteceu fazendo Aikido é que, através dele, encontrei muitos amigos com quem convivo de peito aberto. É maravilhoso poder relacionar-me com pessoas sem me preocupar com a idade, com pessoas mais vividas ou mais jovens. Há tantas coisas que posso assimilar delas, já que cada um vive um mundo específico. Penso que isso seja, talvez, a coisa principal que me faz continuar no Aikido. O Grão-Mestre vivia cercado de grandes homens porque ele foi grande. Como sou, ainda, muito imaturo posso, aos poucos, crescer, relacionando-me com grande numero de pessoas. O mais importante é fazer com que cada vez mais pessoas compreendam as qualidades do Aikido e que elas possam viver mais felizes e isso é a gratidão ao Grão-Mestre e ao Mestre Kisshomaru. 
"Um dia levei soldados americanos para a Academia de Iwama e, quando me viram ser arremessado tão facilmente pelo Grão-Mestre, não levaram a sério que o professor capaz de derrubá-los sempre nas aulas fosse tratado dessa forma por um velho tão miudinho."

o Aikido a igualdade entre homens e mulheres realmente existe na prática. Como as técnicas do Aikido independem da força e sim da percepção, posicionamento, centramento e adaptabilidade. As mulheres podem praticá-lo e executar as técnicas de forma eficiente mesmo com um praticante muito mais forte. A prática do Aikido confere à praticante equlíbrio, segurança, disciplina postural, aumento na capacidade cárdiovascular e combate o stress e a ansiedade.

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